quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A balada

Embalei o leito em que dormia, com a minha mão esquerda
e adormeci o meu lado direito
Embalei o leito em que sonhava, com a minha mão direita
e adormeci o meu lado sonhador
imaginei tudo tão perfeito
que me deu aquele aperto
aquela "..."
Porque não é preciso rimar para me entenderem
porque não é preciso escrever para rimar
porque os sonhos fazem-se assim mesmo a sonhar.

E se as rimas são perfeitas e despropositadas
as frases são longas e dificeis.
são escadas rolantes em que os pés encravam
em que o oleo derrama para alem das bordas sintéticas
são atalhos mais longos que caminhos
que me trocam a dor dos cravos nas mãos
por pura música para adormecer.

Chega-te para lá que eu quero dormir mais um pouco
e permanecer assim
até que chegue alguém
chega-te para lá que eu quero escrever hoje
para que daqui a um tempo este poema
não seja percebido por ninguém...

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