quinta-feira, 30 de julho de 2009

o bater do teu coração

um dia nao acreditei em mais nada senão naquilo que via com meus dois olhos...um dia não ouvi mais nada senão o que ouvia com meus dois ouvidos...um dia não falei...simplesmente ouvi...um dia não contei as horas, simplesmente as senti...um dia ouvi um bater de um coração ...que não era o meu...

Se por cada pedra da calçada eu desenhasse uma lua
sentia que todas as pedras da calçada iriam ganhar vida
se por cada esquina rabiscada com o desenho dessa mão tão só tua
eu passasse indiferente,
perderia um minuto de vida por cada passo que não desse em frente
se por cada despertar ruidoso de tremores de terra em mim
eu acordasse já cansado
não teria tempo para pensar em mais nada senão no menos que bom
que seria "assim assim"!
e se eu não levasse a sério nada do que os meus olhos vêem que meu ouvidos ouvem e que o meu silêncio prometeu...
perguntava então esgueirando-me por entre portas semi cerradas,
de quem é então esse coração?

é teu.


Guilherme

terça-feira, 28 de julho de 2009

Apoplexia da ideia

"acho que é nesse autocarro que vais. onde espero pelo rasgar dos botões
no abismo do tecido. e a estrada roda e morde como se estivesses aqui.
e o braço dói, como tu sabes, quando o tempo muda. acho que é nesse
autocarro que vais. e fico a pensar se me ouves quando por nada dizer
tudo se conhece. acho mesmo que é nesse autocarro que vais.
mas se não for não importa. a verdade há-de falar da generosidade
do brilho.
ficas agora a pensar se é nesse autocarro que vais. e digo-te que não.
a estrada é pelo caminho mais curto onde as mãos são carvão de lápis
a descobrir permanências. não penses que é nesse autocarro que vais.
eu também não."

Maria Quintans
"Apoplexia da ideia"

quinta-feira, 16 de julho de 2009



Se ela morre eu morro-me
se ela vai eu venho-me
se ela cria eu nasco-me
se ela nasce eu mato-me

quarta-feira, 8 de julho de 2009

o nada...

o que resta depois do nada...
resta o nada mais o que houve antes do nada

terça-feira, 7 de julho de 2009

Egoismo por "Max Stirner"

Somente quando as pretensas à falsa autoridade de tais conceitos e instituições são revelados é que a verdadeira acção, poder e identidade dos indivíduos podem emergir. A realização pessoal de cada indivíduo encontra-se no desejo de cada um em satisfazer o seu egoísmo, seja por instinto, sem saber, sem vontade - ou conscientemente, plenamente a par dos seus próprios interesses. A única diferença entre os dois egoístas é que o primeiro estará possesso por uma ideia vazia, ou um espanto, na esperança de que a sua ideia o torne feliz, já o segundo, pelo contrário, será capaz de escolher livremente os meios do seu egoísmo e perceber-se enquanto fazendo tal.

Somente quando o indivíduo percebe que lei, direito, moralidade, religião, etc., são nada mais que conceitos artificiais e não autoridades sagradas a serem obedecidas é que poderá agir livremente.