quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A forma falsa de te amar

A forma de escrita que me satisfaz
é tão falsa
como a pessoa perfeita que nos faz
falta...
é como uma melancólica alegoria ditada por um deus maior
és tu, mais eu, mais aquele que paira em nosso redor

és uma filha da alma
filha de um translúcido e lúcido encosto de ditames
que não são para cumprir

és filha do corpo que me penetra
me envolve e me faz assim como que
sentir...

Mais do que a escrita falsa e mentirosa
mais do que eu, tu e aquele que nos prosa
estão uns versos
que não tem classificação adjectival
porque são verdadeiros no fim de contas
e afinal...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

a sopa

O prato onde comemos a sopa de todos os dias
é um prato raso sem fundo...
é o sitio onde crescemos para lá de fora da terra...do...
A leveza com que se foi não nos dá mais nada a não ser pão à boca
essa mais que maluca ...essa...
a traição. como ela é. instituida. não foi o que senti.
mas sinto-me algo golpejado por farpas de madeira mais ou menos afiadas
e pontiagudas.
Corre-me sangue, mas não sei por onde ele me sai.
São milagres senhor! são milagres!...aqueles por que tanto esperei.
são beijos que não te dou hoje porque algum dia já tos dei.

Depois de um verso simples...vem uma estrofe baralhada de ser tão dificilmente enraivecida.
A raiva faz mal.
A raiva contida é:
- Um Impedimento solene de tornar a minha face mais afável ao próximo dissabor.

E agora?
Agora...coloco uma tijela de massa ao lado do meu prato de sopa...
troco um pelo outro
e tenho finalmente o meu verdadeiro amor.

Gr