sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O metro 



O silêncio ensurdecedor dos carris tolda-me a mente
E quem espera que a manhã seja interrompida por uma mentira?

Posso passar?…Acordas-me tu com um toque íntimo.
Olhei para ti e com os meus olhos suguei-te.
Esforcei – me ao máximo para que lesses o meu pensamento.
Tocava-te na perna em cada lancil dos carris…e ainda assim não ris…

Em desespero mandei-te uma mensagem disfarçada de telemóvel
Ainda assim permaneceste imóvel…

Mesmo na escuridão do túnel eu permaneci de olhos abertos e, quando os fechei tu ainda estavas lá.

Bafejei o vidro e desenhei uma rosa,
Para ver se a minha escrita transformaria os meus poemas em prosa.
O frio do Inverno teima em apagar a minha flor,
Antes que tu a contemples.
Bafejei o meu coração.
O soslaio do teu olhar riu,
Levantou-se,
E saiu…
Na paragem dos Olivais,

nem tive tempo para um adeus, au revoir …até mais…