Por vezes invento coisas
Para inventar formas
De te dizer coisas
Que de outra forma, se transformarão
Na simples ausência de não te dizer nada...
Amendoeiras em flor
Que as palavras banais da voz não se tornem em frases comuns
Em Nós.
Que a palavra escrita seja o nosso amparo.
Cremos em Nós
Que o nosso olhar seja mais do que a vida
Que tu e eu sejamos uno
Sejamos Nós
Que todas as noites sejam de aconchego
Entre Nós.
Que eu te olhe e me diga que chego
Que as amendoeiras em flor sejam o nosso futuro
Que as rugas tomem conta de nós
Que o suspiro invertebrado da nossa respiração
Seja música ou canção em colcheia de dó
E que nos acompanhe sós
Os dois só.
Como Nós.
Stigmata
Gostava que o amor voltasse minutos atrás para se tornar outra vez amor como era há uns instantes.
Mas ele teima e fugir-me
E tropeço em certezas menos distantes
Como a sensação das nuvens quando nos chove.
Atrai-me o facto de não ser certo
Mas gostava que não doesse
Porque quando dói
Corrói
E magoa
E enche
E qualquer dia rebenta.
A mente tem caminhos vorazes
Trilhos inolvidáveis
Que são mais fortes do que eu
Sou só um
Por vezes o amor não chega ....perto ...tão perto para nos sucumbir da necessidade constante de sermos os tais
Os especiais
Os considerados ridículos
Não por outros,
Mas pela certeza que o caminho é o da relva aparada
Porque a certeza é bafienta
E qualquer dia rebenta.
E não restará nada....
Força e Músculo