Tenho saudades de ter saudades
Saudades sentidas
Aquelas que nos fazem tonturas
Curas
Terras mexidas pelo Lavradio da vida
Aquela voz púrpura que nos toca o sino, o sono e nos bafeja como a fada dos dentes
Tenho saudades da meditação ofegante de não ter mais nada em que pensar a não ser na tontura
Que cura
Tenho saudades da paz agonizante que era amar-te
Tenho vertigens em nunca mais olhar para ninguém como olharia para ti num futuro que não existe
Tenho terras por lavrar
Coisas por dizer,
Mãos por sujar
Espaços por ocupar
E ainda assim continuo a viver como se nada se tivesse passado. Foi.
Foi cura
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